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Coreia do Norte muda estratégia sobre arsenal nuclear

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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, está alterando sua estratégia militar, optando por expandir o arsenal nuclear norte-coreano e reduzir drasticamente o número de testes de mísseis. Segundo analistas, essa nova postura sinaliza uma era de maior confiança para Pyongyang, que, agora mais alinhada à Rússia e China, busca solidificar seu status de potência nuclear. A mudança de tática visa ganhar poder de barganha em futuras negociações com Washington, sem necessitar da miríade de lançamentos de mísseis usada anteriormente para atrair a atenção global.

Neste ano, a Coreia do Norte realizou cerca de 12 de testes públicos de armas, uma queda notável em relação às médias de 20 a 30 lançamentos anuais dos últimos anos. O teste mais recente, o primeiro desde agosto, foi anunciado na semana passada, quando Pyongyang afirmou ter disparado dois mísseis hipersônicos de curto alcance no dia anterior. A redução no ritmo de testes ocorre no momento em que Kim se aproxima do prazo final de seu plano quinquenal de armas, detalhado em 2021, que incluía tecnologia hipersônica, mísseis balísticos intercontinentais de combustível sólido e satélites espiões.

Essa nova cadência contrasta fortemente com o passado recente. Após um 2020 contido pela pandemia, a Coreia do Norte quebrou recordes em 2022, realizando mais de 40 testes, incluindo 23 mísseis disparados em um único dia. Agora, aos 41 anos, Kim Jong Un diversificou suas demonstrações de força. Se antes a tática principal era usar lançamentos de mísseis para pressionar os estadunidenses, hoje o líder supremo opta por visitas televisionadas a fábricas militares, ordens de produção em massa de munições e declarações firmes sobre o poderio nuclear do país.




Segundo analistas sul-coreanos, o avanço nas capacidades, potencialmente auxiliado pela ajuda técnica da Rússia, dá a Kim mais poder de barganha. Apesar de mais raros, os testes deste ano exibiram avanços significativos. Pyongyang revelou seu maior navio de guerra e supervisionou lançamentos de mísseis de cruzeiro supersônicos a partir da embarcação. Em maio, o governo simulou ataques nucleares contra forças dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. Os mísseis hipersônicos recém-testados, que voam a pelo menos cinco vezes a velocidade do som e podem manobrar, são vistos como uma ameaça potente, projetados para evadir as defesas estadunidenses e seus aliados.



Especialistas em segurança, no entanto, alertam que muito do armamento testado ainda pode estar longe de ser totalmente funcional no campo de batalha, sendo seu sucesso frequentemente reivindicado de forma unilateral pelo regime. Protegida por Moscou e Pequim de sanções adicionais no cenário internacional, a Coreia do Norte exige reconhecimento global como um estado nuclear de fato.

Kim já sinalizou que seu próximo passo será modernizar suas forças convencionais, um processo que pode ser acelerado ao aprender com o uso de seus mísseis balísticos de curto alcance fornecidos à Rússia. Além disso, o fornecimento de petróleo russo, muitas vezes burlando sanções, permitiu a Pyongyang operar mais fábricas de armas para produção em massa. 



Fotos; Governo da Coreia do Norte / The Wall Street Journal


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