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Trump enfrenta cinco eleições cruciais para medir sua força eleitoral

Grupo NCN+

Reportagem: Victor Hugo Gomes

Os eleitores estadunidenses vão às urnas nesta terça-feira (4) para centenas de disputas locais e estaduais que servirão como o primeiro grande termômetro político nacional quase um ano após o início do segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca. Embora os cargos variem de prefeitos e governadores a juízes e conselhos escolares, as votações são vistas como um sinal crucial da força dos partidos Republicano e Democrata.

As disputas em cinco estados-chave: Nova Iorque, Virgínia, Nova Jersey, Pensilvânia e Califórnia — são acompanhadas de perto, pois darão a indicação mais clara sobre o humor do eleitorado a exatamente um ano das eleições de meio de mandato de 2026, que definirão o controle de ambas as casas do Congresso.


Nova Iorque: Socialista lidera disputa pela prefeitura

A disputa mais observada do dia é para a prefeitura da cidade de Nova Iorque. O socialista democrata Zohran Mamdani, de 34 anos, parece estar a caminho de consolidar sua ascensão meteórica, liderando com folga nas pesquisas. As sondagens recentes mostram Mamdani com uma vantagem de dois dígitos sobre o ex-governador Andrew Cuomo, que concorre como independente após ser derrotado na primária. O candidato republicano, Curtis Sliwa, aparece distante em terceiro lugar.

Mamdani, que chocou os caciques do partido ao vencer a primária democrata em junho contra nomes como Cuomo e o atual prefeito Eric Adams, é uma figura divisiva. Seu plano de governo é focado na expansão de serviços públicos financiados com impostos sobre os mais ricos e com duras críticas a Israel, mas expôs rachaduras profundas no Partido Democrata. Ele também foi atacado por republicanos, incluindo o próprio Trump, que ameaçou reter financiamento federal à cidade caso ele vença.



Virgínia: Democratas tentam retomar governo estadual

Na Virgínia, em que a eleição para governador é um tradicional termômetro nacional por ocorrer um ano após a votação presidencial, os democratas parecem prontos para retomar o controle estadual. Há quatro anos, o republicano Glenn Youngkin surpreendeu ao vencer no estado.

Agora, a ex-congressista democrata Abigail Spanberger lidera consistentemente as pesquisas com uma vantagem de mais de 10 pontos sobre sua oponente republicana, a atual vice-governadora Winsome Earle-Sears. A margem de Spanberger é notável, superando os seis pontos de vantagem que Kamala Harris teve sobre Trump na Virgínia no ano passado. Spanberger, uma política moderada e ex-agente da CIA, também parece ter conseguido se distanciar de um escândalo envolvendo o candidato democrata a procurador-geral do estado.


Nova Jersey: Disputa para governador em empate técnico

Assim como a Virgínia, o estado de Nova Jersey também elege seu governador um ano após a escolha presidencial. A disputa deste ano pode ser ainda mais apertada. As últimas pesquisas mostram um empate técnico entre o republicano Jack Ciattarelli, em sua terceira tentativa ao cargo, e sua oponente democrata, a deputada Mikie Sherrill.

Embora o estado tenha 850 mil eleitores democratas registrados a mais que republicanos, a alta do custo de vida e a baixa aprovação do atual governador democrata, Phil Murphy, criam um cenário incerto. Ciattarelli tenta pintar Sherrill como uma continuação de Murphy, enquanto ela busca nacionalizar a eleição, ligando seu oponente a Trump.


Pensilvânia: Batalha milionária pelo controle da Suprema Corte

Na Pensilvânia, o maior estado-pêndulo do país, o teste político será sobre o judiciário. Os eleitores decidem se renovam ou não os mandatos de 10 anos de três juízes da Suprema Corte estadual apoiados pelos democratas.

Essas votações de reeleição, chamadas de "retenção", geralmente são protocolares, mas se tornaram um campo de batalha nacional, com milhões de dólares na campanha. O tribunal, que tem poder sobre o desenho de mapas eleitorais e a certificação de votações, tem atualmente uma maioria democrata de 5 a 2. Se os três juízes forem destituídos, o tribunal ficaria empatado em 2 a 2 até 2027. Os democratas investiram US$ 13 milhões em anúncios pelo reeleição, enquanto grupos republicanos gastaram 2 milhões pelo "não" aos magistrados.



Califórnia: Democratas respondem a Trump com "guerra de mapas"

Na Califórnia, os eleitores decidem sobre a "Proposta 50", uma emenda à constituição estadual que permitiria redesenhar os distritos congressionais. A medida é defendida pelos democratas, incluindo o governador Gavin Newsom, como uma resposta direta a Donald Trump.

O referendo foi uma reação a uma manobra incentivada por Trump aos republicanos no Texas para alterar o mapa eleitoral estadual. A medida criou cinco novos assentos favoráveis ao Partido Republicano. Se a proposta for aprovada na Califórnia, o novo mapa poderia adicionar cinco vagas de tendência democrata à bancada do estado no Congresso estadunidense. Newsom declarou estar "profundamente confiante" na aprovação, afirmando que Trump "não esperava que a Califórnia fosse combater fogo com fogo".


Foto: Casa Branca/Gov
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